quinta-feira, 11 de março de 2010

Professores paulistas entram em greve

Cansados dos baixos salários e das constantes medidas desrespeitosas por parte do governo do estado, os professores da rede estadual de São Paulo decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada no último dia 5 após uma manifestação com mais de 10 mil professores na Praça da República, no centro da capital.

A categoria reivindica reajuste salarial imediato de 34,3%; incorporação de todas as gratificações ao salário-base, incluindo os aposentados; plano de carreira que atenda às demandas dos trabalhadores; garantia de emprego; concurso público de caráter classificatório. Os professores também pedem o fim das avaliações excludentes (provão dos ACTs/avaliação de mérito) e revogação da chamada lei das faltas.

A greve foi o único instrumento possível para os professores exigirem o que lhes é de direito. O governo tucano mantém uma linha política de desprezo ao diálogo com a classe trabalhadora. Em nota à imprensa, a Secretaria Estadual de Educação disse que “a greve é um movimento político, inimigo da educação de São Paulo”. O órgão também afirmou ser inviável conceder o aumento, que traria um gasto adicional de R$ 3,5 bilhões.

O irônico é que o governo de São Paulo alega não ter a possibilidade de melhorar efetivamente o salário dos professores da rede, mas investe milhões em propagandas no rádio e na TV para apresentar uma escola de mentirinha à população. Ou alguém sabe onde estão as escolas com dois professores? Ou onde estão os laboratórios de informática abertos aos finais de semana?

O professorado paulista também entendeu como afronta a incorporação da Gratificação por Atividade de Magistério (GAM) em três parcelas, a serem pagas em 2010, 2011 e 2012. A categoria não se conforma mais com a falta de uma política salarial séria, a qual o governador José Serra tenta substituir por gratificações que mais parecem esmolas.

Salas superlotadas, quase metade do quadro do professorado composto por temporários, falta de cursos de formação no local de trabalho e de concursos públicos para a convocação de novos profissionais. Este é o cenário atual da educação da rede estadual paulista. Em meio a todos estes abusos, não será difícil para os 5 milhões de alunos da rede, além de toda a sociedade perceber quem é o verdadeiro inimigo da educação de São Paulo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Dilma encosta em Serra na corrida presidencial

No dia 28 de fevereiro, a Folha de S.Paulo divulgou a mais recente pesquisa do Datafolha para a corrida presidencial de 2010. O resultado: a atual ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, cresceu cinco pontos em apenas dois meses e encostou em José Serra, que ainda mantém a liderança. Agora o tucano conta com 32% das intenções de voto, seguido de perto pela petista que tem 28%.

Interessante notar que neste curto período (dezembro de 2009 a fevereiro de 2010), o crescimento de Dilma foi inversamente proporcional à queda de Serra, que perdeu 5 pontos percentuais.

Em uma eventual disputa no segundo turno, Dilma também diminui a diferença para o tucano. O governador de São Paulo aparece com 45% das intenções de voto e a petista com 41%. Novamente apenas 4 pontos percentuais separam os dois candidatos. Em dezembro, o levantamento do Datafolha apresentava Serra com 49% das intenções de voto, enquanto Dilma tinha 34%.

Ainda longe do início da propaganda eleitoral, que só começa em agosto, podemos crer que Dilma Rousseff esteja deixando definitivamente de ser uma desconhecida do grande público. A presidenciável também está surfando na onda da ótima avaliação do governo Lula, que chegou ao patamar mais alto desde 2003, quando assumiu a presidência da República. Em fevereiro de 2010, 73% dos entrevistados pelo Datafolha classificaram o governo Lula como ótimo ou bom.

Essa avaliação tão positiva mostra que grande parte dos brasileiros está contente com os avanços conquistados nestes últimos sete anos. A pesquisa indica ainda a força de reação de Dilma Rousseff, que vem crescendo nas últimas pesquisas de opinião. O eleitorado está começando a enxergá-la como a candidata ideal para continuar e aprofundar o projeto de desenvolvimento de Lula.

Em contrapartida, José Serra e o PSDB enfrentam uma fase de dificuldades e indefinições. O governador de São Paulo ainda não se assumiu como candidato e a busca por um vice para sua chapa está causando grande desconforto dentro do partido. Para piorar a situação, Serra registra o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis, com 25%. Dilma tem 23%, segundo o Datafolha.

O Brasil está vivendo uma fase promissora, com perspectivas de mudanças significativas na área econômica e social. É importante que o povo brasileiro tome consciência de quem poderá conduzir com capacidade e bom senso o futuro do país. A última pesquisa do Datafolha mostra que o eleitorado está conhecendo melhor os candidatos e será capaz de escolher o melhor candidato para seguir e aprofundar o projeto de desenvolvimento de Lula, deixando para trás as políticas neoliberais que tanto já prejudicaram o nosso país.