sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Decisão histórica: nova Conclat acontece em junho

Há 29 anos, entre os dias 21 a 23 de agosto de 1981, acontecia a 1ª Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat). Numa decisão acertadíssima, as centrais sindicais resolveram, na última quinta-feira, 21, realizar uma nova Conclat, que será um marco na história do movimento sindical brasileiro.

A decisão, uma proposta da CTB que já vinha sendo discutida desde o 1º Congresso da central em 2007, foi tomada pelo Fórum das Centrais (composto por CTB, CUT, Força Sindical, UGT, NCST e CGTB).

A nova Conclat foi convocada para o dia 1º de junho e deve reunir de mais de 10 mil lideranças sindicais de todo Brasil. A conferência vai debater e aprovar um documento unitário e definir o apoio a um candidato à Presidência da República que dê continuidade ao projeto político implementado no país desde 2002.

Há que se comemorar esse acontecimento histórico, principalmente no ano em que o país enfrentará uma disputa eleitoral bastante polarizada entre as forças progressistas e a velha direita conservadora.

Fortalecer o debate sobre a necessidade de dar prosseguimento às benéficas políticas em curso no país, além de lutar pelo aprofundamento do processo de mudanças será um dos principais objetivos da Conlat.

Além disso, a Conferência vai orientar dirigentes sindicais para a construção de uma proposta unificada em torno um novo projeto de desenvolvimento nacional e será fundamental para o trabalho de conscientizar os trabalhadores da relevância do seu papel durante as eleições.

Somente assim estaremos preparados para evitar que o atraso e o descaso com a população, características bastante enraizadas no Estado de São Paulo (governado há duas décadas pelos tucanos), se espalhe pelo Brasil.

O encontro entre os sindicalistas também decidiu que será realizada uma manifestação unificada dia 2 de fevereiro no Congresso Nacional, em Brasília, em defesa redução da jornada de trabalho sem redução de salários. Cerca de 300 dirigentes das centrais sindicais estarão na abertura dos trabalhos do Congresso Nacional para pressionar os parlamentares a pôr na pauta de votação a jornada de 40 horas semanais.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ataque do jornal Folha de S. Paulo às centrais sindicais merece bombardeio

Mais uma vez o jornal Folha de S. Paulo usa de serviços sujos para desqualificar e atacar o movimento sindical brasileiro.

Em uma matéria publicada no caderno Dinheiro do jornal de ontem, 19, intitulada “Governo beneficia pequenas centrais”, são utilizados dados antigos e ultrapassados do Ministério do Trabalho, colhidos em dezembro de 2008, para induzir os leitores a acreditar que o “governo” está agindo à margem da lei para beneficiar centrais que podem “ser classificadas de nanicas”, conceito no qual foram incluídas a CTB, Nova Central e CGTB.

Com informações precisas e confiáveis, a CTB publicou, em seu portal, uma reposta ao mau jornalismo e ao desserviço que o jornal propícia aos seus leitores. Reproduzo a seguir na íntegra.


"Folha" manipula informações para atacar centrais
19/01/2010

O jornal “Folha de São Paulo” dedicou a primeira página do seu caderno “Dinheiro” desta terça-feira (19) a uma nova e grosseira ofensiva contra o movimento sindical brasileiro. Em matéria intitulada “Governo beneficia pequenas centrais”, o pasquim da família Frias utiliza dados antigos e ultrapassados do Ministério do Trabalho, colhidos em dezembro de 2008, para induzir seus leitores a acreditar que o “governo” está agindo à margem da lei para beneficiar centrais que podem “ser classificadas de nanicas”, conceito no qual foram incluídas a CTB, Nova Central e CGTB.

De acordo com a matéria, o ministério teria revogado, através de portaria, norma que estabelece que cada central precisa contar com um mínimo de 7% dos sindicalizados no país em suas bases para ser reconhecida. A medida beneficiaria “pequenas centrais sindicais com representação abaixo de 7%”, que em tese não gozariam os privilégios do reconhecimento, entre eles o repasse de 10% da Contribuição Sindical, se a legislação fosse respeitada.

Dados defasados
Representantes do Ministério do Trabalho rebateram a afirmação do jornal, esclarecendo que o critério de representatividade de 7% passará a ser cobrado a partir de dezembro de 2010, conforme estaria previsto na lei.

A “Folha”, porém, não se limita a fazer uma interpretação tendenciosa e provavelmente falaciosa do texto legal. Adiciona ao molho da reportagem uma manipulação pouco sutil dos fatos ao apresentar as estatísticas das entidades que classificou como “nanicas”. Atribuiu à CTB, por exemplo, uma representatividade equivalente a 6,12% dos sindicalizados e um total de 397 entidades filiadas.

Ocorre que tais números foram levantados pelo Ministério do Trabalho há mais de um ano, em dezembro de 2008. O próprio jornal, por sinal, informou que o governo realizou apenas “duas aferições: uma em maio logo após a publicação da lei, e outra em dezembro”. Obviamente, os dados estão defasados.

Mau jornalismo
Hoje, a CTB já possui mais de 400 sindicatos filiados devidamente registrado no Ministério do Trabalho, além de cerca de 200 outras entidades cujos documentos foram protocolados no órgão, mas ainda não foram analisados. A Central, é bom recordar, foi fundada em dezembro de 2007 e legalizada em agosto de 2008. A filiação das entidades que representa não é automática, é um trabalho que demanda tempo e ainda não foi concluído.

A matéria da “Folha” é mais um exemplo do mau jornalismo produzido pela mídia capitalista, que manipula informações de uma forma inescrupulosa movida pelo interesse mesquinho de semear confusão e desmoralizar (quando não é o caso de criminalizar) os movimentos sociais. O MST não é a única vítima da “comunicação” canhestra e tendenciosa praticada pelo chamado PIG (Partido da Imprensa Golpista), um inimigo insidioso das forças progressistas e das organizações populares. Por falar em PIG, nunca é demais lembrar que, durante a “ditabranda”, o jornal “Folha de São Paulo”, propriedade da família Frias, costumava ceder suas peruas aos militares para carregar presos políticos para serem torturados nos porões do DOPS e encobria os assassinatos a sangue frio praticados pelo regime militar divulgando notícias sobre “terroristas” mortos que teriam tombado em combate. Hoje, embora com outros meios, continua a prestar serviços sujos à direita e a manipular a opinião pública.

(Portal CTB)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Shows e homenagens marcam o centenário de Adoniran Barbosa


Merecidas homenagens acontecem neste mês ao grande protagonista do samba paulista, Adoniran Barbosa (1910-1982), que faria 100 anos se ainda estivesse vivo.

Shows no SESC Vila Mariana e na Casa de Francisca, em São Paulo, reúnem grandes artistas da MPB este mês no início das comemorações do centenário do artista.

Filho de imigrantes italianos, Adoniran foi cantor, humorista, ator e compositor e se tornou um ícone do cenário artístico brasileiro. Foi defensor involuntário do combate ao preconceito linguístico, por cantar e grafar de acordo com o que faziam e ainda fazem em sua maioria os brasileiros que pertencem a uma sociedade menos favorecida, no caso retratado, a periferia de São Paulo.

O cantor de Tiro ao Álvaro costumava rebater as críticas que recebia dizendo que: “Só faço samba pra povo. Por isso faço letras com erros de português, porque é assim que o povo fala. Além disso, acho que o samba, assim, fica mais bonito de se cantar.”

O cotidiano da cidade, seus personagens, a linguagem, a maneira de falar, os problemas da população pobre, dos cortiços e favelas e as transformações pelas quais a cidade passou, todos esses aspectos foram captados por Adoniran em suas andanças pela cidade e nos fornecem um belo quadro da São Paulo das décadas de 50 e 60, principalmente, que passava por uma intensificação do processo de industrialização e urbanização, chegada de migrantes de todas as regiões do país, sobretudo do Nordeste.

Apesar de ser reconhecido hoje apenas pela faceta musical, genitora de clássicos como Saudosa Maloca e Trem das Onze, foi como ator – em rádio ou cinema – que Adoniran viveu o apogeu popular. Por conta disso, sua vida deve ser mote de documentário, com direção de Vange Milliet e Aline Safahara, e de musical no teatro, projeto comandado por Rubens Ewald Filho.

Além do documentário, do musical e dos shows, o volumoso acervo do artista entra agora em fase de catalogação e deve se tornar, até o próximo ano, a Casa Adoniran. Estão no pacote centenas de fotos históricas, contratos com emissoras de rádio, roupas, brinquedos que fazia com material reciclado e até a carteirinha de sócio do Corinthians.

“Há também centenas de scripts originais dos programas de rádio que ele fez desde a década de 30”, disse Celso Campos Jr., autor de Adoniran - Uma Biografia, que está sendo relançada.

Shows

Ô Seu Barbosa! 100 Anos de Adoniran
De 21/01 a 27/01
Na Casa de Francisca R. José Maria Lisboa - 190 - Jd. Paulista
Fone: 3052-0547
http://www.casadefrancisca.com.br/

Adoniran Barbosa - 100 Anos
Dias 23/01, 24/01, 25/01
No SESC Vila Mariana
http://www.sescsp.org.br/

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Fórum Social Mundial completa 10 anos e renova participantes


O Fórum Social Mundial (FSM), que todos os anos reúne milhares de pessoas de várias partes do mundo que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo, chega a 10 anos de processo com ampla participação da juventude.

A tendência de renovação de participantes é comprovada em uma pesquisa do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas). De acordo com o estudo, na edição passada, em Belém, 76% das pessoas participavam pela primeira vez do evento.

“Os jovens tomaram conta”, disse o sociólogo Cândido Grzybowski, diretor do Ibase, à coluna de Monica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo. Mas os inimigos ainda são os mesmos: na pergunta sobre “confiança nas instituições”, o FMI foi gongado por 85% dos entrevistados.

A décima edição do Fórum começa na próxima semana, dia 25 de janeiro, em Porto Alegre, e vai até o dia 29. Como representante do Sintaema, participarei do evento, mais especialmente de uma mesa que fará um balanço das atividades do FSM.

Com uma temática bastante ampla, transitando por conjuntura mundial, o pré-sal, questão de raça, gênero e GLBT, reforma urbana, educação, saúde e o mundo do trabalho, o meio ambiente, que tem sido tão debatido atualmente, não poderia ficar de fora das discussões.

Sobre o tema, estão programadas as seguintes oficinas: Sustentabilidade e Psicologia Ambiental, O Desenvolvimento Sustentável: áreas de preservação e políticas Municipais de Preservação; Luta Ambiental e Desafios Anti-Capitalista após a Conferência de Copenhaque, entre outras.

Entre os dias 29 e 31 de janeiros, as discussões do evento ocorrem na Bahia, quando acontece um Fórum Social Temático. Ao longo de 2010, o processo do Fórum Social Mundial será realizado de maneira descentralizada com eventos e atividades ao redor do mundo.

O objetivo principal dos eventos será acumular, a partir das análises e experiências das organizações e movimentos sociais da sociedade civil planetária, propostas para enfrentar a crise global em todas as suas dimensões – econômica, ambiental, política, alimentar, energética, cultural, etc. A convergência de todo esse processo irá acontecer em Dakar, no Senegal, durante o Fórum Social Mundial de 2011.

Confira a programação do Fórum em Porto Alegre: http://fsm10.procempa.com.br/wordpress/?p=1140