sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Como podemos ficar tranquilos, Kassab?
















Uma lista de infelizes declarações, muitos tropeços, decisões erradas e uma péssima administração. Como pode, então, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) querer que os paulistanos fiquem tranquilos diante de tamanho descaso com a cidade e com a população?

Impossível. Com enchentes e alagamentos diários, que provocaram cerca de 72 mortes, além de centenas de desabrigados, São Paulo vive um dos momentos mais dramáticos de sua história. E não adianta botar a culpa no mês trovejante que foi janeiro e tem sido fevereiro. Os efeitos da chuva poderiam ter sido menores com planejamento e investimentos adequados.

O fato é que a Prefeitura de São Paulo vai desembolsar mais dinheiro para a realização da Fórmula Indy na cidade, cerca de R$ 12 milhões, do que em prevenção de alagamentos e enchentes – no ano passado foram gastos R$ 1,2 milhão na “construção de piscinões e reservatórios contra enchentes”.

Uma matéria publicada na revista Época São Paulo deste mês faz balanço da atuação de Kassab e desmascara a gestão dos democratas em São Paulo. Só para dar alguns exemplos, a matéria cita “o aumento no IPTU e nas tarifas de ônibus; um congelamento em torno de 20% nos gastos previstos no orçamento para, entre outras coisas, varrer e patrulhar as ruas ou construir novos hospitais; uma tentativa de aumentar o salário dos secretários municipais; o vaivém no corte da merenda escolar – e um festival de declarações infelizes.”

Enquanto isso, não falta dinheiro para publicidade. Para 2010, estima-se que a prefeitura deva gastar cerca de R$ 126,3 milhões em propaganda – um aumento de 300%. Dinheiro que poderia muito bem ser destinado para áreas essenciais como saúde, transporte público, educação e, claro, prevenção de enchentes.

Por conta desse momento difícil que a cidade atravessa, os vereadores Jamil Murad e Netinho de Paula, vereadores pelo PCdoB de São Paulo, promovem dia 10 de fevereiro debate com especialistas sobre as causas e soluções das enchentes em São Paulo.

O evento, aberto ao público, acontecerá a partir das 9h, no auditório Prestes Maia da Câmara Municipal de São Paulo. Mais informações podem ser obtidas pelo (11) 3396-4890 ou pelo correio eletrônico imprensajamilmurad@camara.sp.gov.br, com Ana Flávia.

Vale a pena participar desse proveitoso debate!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Reduzir a jornada já!


Tem sido exemplar o trabalho conjunto das centrais sindicais brasileiras , entre elas a CTB, para a aprovação da PEC que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e aumenta dos atuais 50% para 75% a remuneração da hora-extra.

Não posso deixar de ressaltar que esse trabalho foi fundamental para garantir que a proposta recebesse parecer favorável de uma Comissão Especial constituída na Câmera Federal para debater o tema.

A mais recente mobilização, realizada ontem (2) em Brasília, reuniu um número expressivo de sindicalistas e trabalhadores – cerca de 1.500 – que recepcionaram no saguão do aeroporto os parlamentares que chegavam à capital federal para o início das atividades no Congresso Nacional.

A manifestação contou também com atividades em plenário e nos corredores do Congresso. Trabalhadores e sindicalistas se reuniram ainda com os líderes das bancadas do PSB, PCdoB, PDT, PTB, PT e do governo. Todos eles, com exceção do representante do governo, se comprometeram a apoiar a votação da Proposta de Emenda Constitucional que reduz para 40 horas semanais a jornada de trabalho sem prejuízos para os salários no mais curto espaço de tempo possível.

Uma das reuniões ocorreu na liderança do PCdoB, com a presença do líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), a deputada Manuela d'Ávila (PCdoB-RS), membro da Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público, e o ex-presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

A redução da jornada de trabalho é uma reivindicação histórica e de grande importância para a classe trabalhadora. Além de representar a geração de 2,2 milhões de empregos no país, especialistas afirmam que diminuições de carga horária costumam vir acompanhadas de aumento da produtividade. A medida pode ainda propiciar aos trabalhadores maior tempo para sua locomoção, diversão ou para realizar cursos de aperfeiçoamento, por exemplo.

Diante disso, é certo que a atuação das centrais sindicais, junto aos trabalhadores de todo o país, será imprescindível para que o projeto entre na pauta de votação e seja aprovado. Para isso, as centrais e os partidos comprometidos com a defesa dos trabalhadores devem realizar uma série de ações conjuntas para garantir a aprovação da redução ainda neste semestre.
Foto: Portal CTB

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Pressão em Brasília pela aprovação da redução da jornada

As centrais sindicais preparam para amanhã, 2, uma grande mobilização unificada pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários.

A decisão foi tomada pelo Fórum das Centrais Sindicais (composto pela CTB, CUT, FS, UGT, NCST e CGTB), durante a reunião realizada no último dia 21 de Janeiro, e prevê uma concentração no salão verde da Câmara dos Deputados a partir das 10h.

O objetivo é aproveitar a reabertura dos trabalhos no Congresso Nacional para pressionar os parlamentares a votar, o quanto antes, a Proposta de Emenda Constitucional dos senadores Paulo Paim e Inácio Arruda que reduz a jornada de trabalho a 40 horas semanais.

A proposta já recebeu parecer favorável de uma Comissão Especial constituída na Câmera Federal para debater o tema. Trata-se de uma bandeira histórica da classe trabalhadora, que tem uma importância estratégica para o movimento sindical e foi levantada como prioridade da CTB desde o congresso de fundação, em dezembro de 2007.

Com informações do Portal da CTB: www.portalctb.org.br

Perspectivas para os próximos 10 anos do FSM


Os 10 anos de realização do Fórum Social Mundial (FSM), que aconteceu em Porto Alegre e em Salvador na última semana, nos levam a uma reflexão acerca do papel que o evento deve procurar realizar a partir do próximo ano.

Mais do que propiciar o debate e a interação ente os diversos segmentos da sociedade, o Fórum deve buscar aglomerar as demandas de cada setor e avançar na consolidação de ações unificadas e concretas.

Não foi proveitosa a recente experiência de descentralização das mesas e debates, espalhadas por Porto Alegre e cidades no entorno da capital. Ficou visível a falta de interação e de sinergia com outros segmentos, principalmente com a juventude, que tem sido a grande protagonista do FSM nos últimos anos.

Apesar da falta de uma marcha de encerramento e de um documento final, o destaque do encontro ficou para a plenária dos movimentos sociais, que debateu e aprovou o documento de atualização do Projeto Brasil, convocou a Plenária Nacional dos Movimentos Sociais para 31 de maio, em São Paulo, reforçou a convocatória para a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) em 1º de junho, em São Paulo, e lançou a campanha “Pense no Haiti, aja pelo Haiti”.

Realizado pela primeira vez em Salvador (BA), o Fórum Social Temático teve uma grande marcha de encerramento, com a participação de 20 mil pessoas, e chegou ao fim com uma proposta de candidatura da Bahia para sediar o Fórum Social Unificado de 2013. Lá, onde as discussões foram centralizadas, o resultado foi a concretização do debate, entre governo e movimentos sociais, de uma agenda comum para o desenvolvimento.

Para a próxima edição, fica a necessidade de um relacionamento mais próximo entre os participantes do evento, a fim de estabelecer o que é prioritário e definir as agendas comuns, tais como a questão ambiental, a democracia e a continuidade da luta contra o projeto neoliberal, por exemplo. É fundamental que o FSM e seus participantes reflitam sobre as mudanças em curso no mundo para, desta forma, consolidar uma plataforma de bandeiras unitárias e calendário de lutas.