segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Perspectivas para os próximos 10 anos do FSM


Os 10 anos de realização do Fórum Social Mundial (FSM), que aconteceu em Porto Alegre e em Salvador na última semana, nos levam a uma reflexão acerca do papel que o evento deve procurar realizar a partir do próximo ano.

Mais do que propiciar o debate e a interação ente os diversos segmentos da sociedade, o Fórum deve buscar aglomerar as demandas de cada setor e avançar na consolidação de ações unificadas e concretas.

Não foi proveitosa a recente experiência de descentralização das mesas e debates, espalhadas por Porto Alegre e cidades no entorno da capital. Ficou visível a falta de interação e de sinergia com outros segmentos, principalmente com a juventude, que tem sido a grande protagonista do FSM nos últimos anos.

Apesar da falta de uma marcha de encerramento e de um documento final, o destaque do encontro ficou para a plenária dos movimentos sociais, que debateu e aprovou o documento de atualização do Projeto Brasil, convocou a Plenária Nacional dos Movimentos Sociais para 31 de maio, em São Paulo, reforçou a convocatória para a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) em 1º de junho, em São Paulo, e lançou a campanha “Pense no Haiti, aja pelo Haiti”.

Realizado pela primeira vez em Salvador (BA), o Fórum Social Temático teve uma grande marcha de encerramento, com a participação de 20 mil pessoas, e chegou ao fim com uma proposta de candidatura da Bahia para sediar o Fórum Social Unificado de 2013. Lá, onde as discussões foram centralizadas, o resultado foi a concretização do debate, entre governo e movimentos sociais, de uma agenda comum para o desenvolvimento.

Para a próxima edição, fica a necessidade de um relacionamento mais próximo entre os participantes do evento, a fim de estabelecer o que é prioritário e definir as agendas comuns, tais como a questão ambiental, a democracia e a continuidade da luta contra o projeto neoliberal, por exemplo. É fundamental que o FSM e seus participantes reflitam sobre as mudanças em curso no mundo para, desta forma, consolidar uma plataforma de bandeiras unitárias e calendário de lutas.

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